Eu sou o Pedro. O Pedro é alguém, que tem um ponto de vista sobre tudo o que vivencia no dia-a-dia. Mas, e dai?
Eu, Pedro, estou criando este blog porque quero. Porque quero mostrar a visão de alguém de 17 anos, classe média, em uma sociedade completamente confusa em relação a seus valores. Mas será que não sou eu o verdadeiro confuso?
"A mídia anda olhando muito pra estes adolescentes", foi o que ouvi de minha avó, alguns dias atrás. E, em partes, concordo. "Aborrecentes", "fase chata", "querer criar asas". Por favor. Todos vocês que afirmam isso têm consciência de que a "adolescência", adventa do século XX; representa a fase de TOTAL formação do ser, e é no mínimo óbvio que hajam confusões na cabeça das pessoas. Afinal, são milhares de valores vindos de diversas direções ao mesmo tempo; milhares de opniões para pessoas que antes não passavam de protegidos do estado e que agora estão começando a tornar-se, gradativamente, parte do próprio estado.
Também é atribuído à adolescência, a tal "rebeldia sem causa". Um dia desses, não posso negar que acabei sendo um, e me descontrolando por um motivo bobo. Mas tal motivo bobo me afluiu à mente milhares de "sentimentos" que tenho para comigo mesmo, e acabei empregando-os sem querer na discussão. Lembrei-me de que quero voar alto e isso acalorou a tal discussão. Mas não se enganem, pais : Acredito que bem-aventurados são aqueles que querem independer-se das asas de seus pais e alçar seus próprios vôos. Mesmo assim, a resposta que muitos acham que têm é a seguinte : " Não, é somente uma fase, isso irá passar, é só fruto de uma rebeldia sem causa". Isso faz com que estes pais de filhos pseudo-independentes, se é que posso assim nomeá-los, não liguem pelo desejo dos seus filhos de começarem a alçar seus próprios vôos.
Não, isto não é a tão afamada "rebeldia sem causa"; em minha concepção, isto trata-se de um desejo, oprimido, de liberdade. Não estou afirmando, por meio destas palavras, que os pais estão errados. Mas que deviam analisar o que é a rebeldia sem causa e o que é o desejo pela liberdade. Além de não tentar forçar seus filhos a abandonarem seus sonhos. "A Pedro, mas são sonhos impossíveis", isso nunca deve ser dito. Mais do que nunca dever dizer, isto é a pior condenação de um ser; fazer uma verdadeira lavagem cerebral de que "o que dá futuro" é manter os pés no chão. Quem voou foi quem ousou não manter os pés no chão e conseguiu, no final, alçar voos mais longos. Mas numa sociedade provinciana como a nossa, não se tem essa consciência.
Sim. Voar, ao contrário de limitar a mente a um minúsculo mundo, é o caminho para o futuro.
O mundo é grande.
